Rafaela Renata
Estudante de Letras Vernáculas e Francês na Universidade Federal da Bahia
INTRODUÇÃO:
A Galícia é uma comunidade autônoma da Espanha conhecida principalmente pelos aspectos únicos de sua cultura e por suas ricas tradições. Um desses aspectos é a celebração, ao longo do ano, das festas populares, que contribuem para manter as tradições de origem desse povo, ainda que alguns ritos e peculiaridades já tenham sido perdidos e outros estejam em processo de recuperação.
O Entroido (Carnaval) é uma dessas celebrações. É uma festa de caráter tradicional cujas raízes remontam a muitos séculos e demonstram a necessidade do povo de sair da rotina por alguns dias, trocando papéis, cantando, dançando, comendo e bebendo à vontade.
Essa festa é celebrada entre os meses de fevereiro e março, principalmente nas regiões de tradição católica, coincidindo com o período anterior à Quaresma. Desde que estejam disfarçados, todos podem participar e se divertir.
Celebrado com paixão nas vilas e aldeias galegas , o entroido possui ares particulares muito diferenciados entre as diversas localidades: são muito conhecidos aqueles de Xinzo de Limia, Laza, Verín, Viana do Bolo, Vila de Cruces, A Estrada, Vilabona e Vilaverde por exemplo, mas além destes existem muitos outros.
Atualmente, a importância do Entroido é tamanha, que sete deles exibem com orgulho a qualificação oficial de “Festa de Interesse Turístico” e de “Acontecimento turístico nacional” pelo Ministério de Turismo da Espanha. Pretende-se através deste trabalho, explicar de maneira breve como se celebra na Galícia ,esta tradição cultural tão importante.
ORIGEM DA TRADIÇÃO:
Festivais relacionados à chegada da primavera e em honra à deidade responsável pela colheita, existiram entre vários povos desde a antiguidade. Foi através desses cultos aos deuses , agradecendo-os pela fertilidade do solo e pela produção, que na Grécia surgiu, entre os anos 600 e 520 a.C., o Carnaval.
Mais tarde, preocupados com as práticas perigosas dos pagãos durante as celebrações de primavera, a Igreja Católica decidiu pôr um fim no festival e em 590 d.C. o Papa Gregório I criou o Carnaval Cristão.
Por causa da Quaresma, o período de 40 dias no qual os Católicos devem jejuar em preparação para a Páscoa, o carnaval cristão teve que ser celebrado entre o sétimo domingo antes da Páscoa. E como esta última é uma festa móvel, a data do carnaval muda a cada ano, sendo comemorada no primeiro domingo depois do equinócio de primavera no hemisfério norte, então o carnaval cristão original era comemorado sempre entre 3 de fevereiro e 5 de Março.
O entroido é também conhecido como carnaval: em alguns países onde desapareceu por pressão eclesiástica ou policial, o entroido foi recuperado com o termo “carnaval”. A palavra entroido deriva do latim introitus, que significa “entrada” ou “começo”. Provavelmente isto se refere ao início da da primavera e do ressurgimento da vegetação. Também são consideradas “carnaval” as festas similares celebradas fora dos dias anteriores à Quaresma, como os carnavais de verão.
Existem várias teorias para a origem da palavra Carnaval: uma delas afirma que tal palavra vem do italiano carnevale, tendo como origem o latim vulgar carne-levare, que significava “abandonar a carne” (prescrição obrigatória para todo o povo durante todos as sextas-feiras da Quaresma). Outra afirma que a palavra italiana carnevale significaria que durante a época do carnaval a “carne vale”, ou seja, que se pode comer.Outra ainda propõe a expressão “carnis vallis” como origem do termo, significando “carne” e “prazeres” respectivamente. Também se propõe uma etimologia que provém da expressão latina carrus navalis, uma carroça decorada que posivelmente saía em desfile durante estas datas. Em algumas zonas da Espanha as denominações populares de carnestoltes ou carnestolendas, parecem indicar para alguns que esta é a opção etimológica mais sensata (do latim tolere, retirar).
O ENTROIDO NA GALÍCIA:
O entroido já era tradicional na Galícia desde o século XIII. Tolerado, ritualizado e institucionalizado pela igreja, acontecia em todo o território galego, principalmente nas localidades que hoje correspondem à província de Ourense. Na época, essa festa rural era celebrada por uma sociedade medieval majoritariamente camponesa, submetida às relações de vassalagem do feudalismo; e já tinha a mesma importância de outras festas do calendário litúrgico , cujas datas eram marcadas pela igreja para o pagamento anual de contratos aos mosteiros.
No século XIII, o entroido durava um dia (a terça-feira) e já no século XV, durava três: domingo, segunda e a terça-feira antes da quarta-feira de cinzas, primeiro dia da Quaresma.
Além de pão e vinho, os alimentos típicos dessa festa rural eram cabritos, galinhas, azeite, ovos, castanhas secas, nozes e peixes : todo o tipo de alimento que fosse abundante na estação.
Mais tarde, segundo a tradição, na quinta-feira dos compadres, as mulheres participavam dos festejos. Elas faziam seus compadres, usando para isso, uma camisa e uma calça velha cheia de palha ,além de um chapéu. O compadre vencedor da eleição como o mais bonito, era colocado num burro bem adornado e levado para ser queimado na presença de outros compadres e mulheres. À noite, se lhes colocava fogo e os homens tentavam impedir a queima. O mesmo acontecia na quinta-feira seguinte, mas de maneira inversa. Dessa vez, eram os homens que faziam suas comadres, enquanto as mulheres faziam o impossível para evitar a sua queima. De domingo à terça-feira de carnaval o costume era colocar as máscaras e ir andando com os demais participantes ao povoado vizinho, fazendo brincadeiras e com muito bom humor ao longo do caminho.
Depois da guerra civil, por ser considerado como anarquia, o carnaval foi proibido na Espanha; mas apesar disso, a Galícia foi um dos poucos lugares que resistiram e continuaram a celebrá-lo.
Atualmente, o Entroido é celebrado na Galícia com características particulares e muito diferenciadas entre as diversas povoações. Muitos deles são reconhecidos nacional e internacionalmente e todos, de alguma forma, contribuíram para que não se perdessem as origens do que talvez seja o entroido mais antigo da Espanha.
DENOMINAÇÕES:
Conhecido mais comumente na Idade Média como entroydo, nos dias de hoje o entroido galego também é chamado de Entróido/ Entróïdo e Entroito/ Entróito (no Bierzo); Antruido (em Bergantiños), Introido entre outras denominações. Na zona norte (A Mariña) e oeste (Monforte de Lemos, Fonsagrada e Viana do Bolo) da Galícia e em quase toda a província de Lugo, se emprega a terminologia “Antroido”, como no antroido ribadense. No sul é mais frequente entroido que é a forma que o DRAG[1] propõe como normativa. A palavra aparece citada desde o século XIII.
LOCALIDADES ONDE A FESTA É CELEBRADA:
Mais de 175 municípios da Galícia declaram festivas a segunda ou terça-feira de Entroido ou ainda a quarta-feira de cinzas. É assim em Laza, em Ourense, Verín, Manzaneda e Vilariño de Conso, em Lugo, em aldeias como Santiago de Arriba, Nogueira e Fión, em Entrimo, na fronteira com Portugal, bem como em Salcedo. O entroido é celebrado em todo o território galego.
DATAS DE CELEBRAÇÃO:
O entroido é uma festa móvel celebrada nos dias anteriores à Quaresma. Nas diferentes vilas da Galícia, sua duração varia, chegando em alguns casos a ter até quinze dias. A terça-feira de entroido pode acontecer em fevereiro ou nos primeiros dias de março, mas as celebrações relacionadas podem começar já em janeiro. É o que se chama de“ciclo do entroido”.
Em Xinzo de Limia, a festa dura 5 semanas, sendo esta uma das mais longas do mundo. São cinco domingos de comemoração: Domingo Fareleiro, Domingo Oleiro (celebrações exclusivas desta vila), Domingo Corredoiro, Domingo, Segunda e Terça-feira de Entroido e Domingo de Pinhata.
Em Laza o ciclo “começa” junto com as badaladas no dia de ano novo (com primeiro folión[2] ) e a data referencial é a segunda de entroido. Em Vilariño de Conso o ciclo começa no dia de “Candelas” (2 de fevereiro).
Em Verín, o ciclo começa no dia de “Santo Antón” (17 de janeiro) e celebra-se o xoves de compadres, o xoves de comadres, sexta, sábado e terça-feira de carnaval. No domingo há desfiles e à meia-noite de terça-feira os lardeiros[3] são queimados. Na quarta-feira de cinzas, há o enterro da sardinha.
Em Vilaverde a celebração acontece nos dias de domingo, segunda e terça-feira, sendo os dias de segunda (à noite) e terça de carnaval (à tarde) os mais importantes desta celebração . Na noite de segunda-feira , os habitantes do povoado e das proximidades se reúnem no centro cultural ao som de uma banda de gaitas, enquanto as pessoas se disfarçam. À meia-noite da segunda-feira acontecem as entremeses , peças dramáticas e jocosas de um só ato, protagonizadas por personagens de classes populares , satirizando as classes mais altas. No dia seguinte, à tarde , os povos vizinhos (Vilaverde e Barcia), se unem, em um de desfile de carroças, acompanhado por muita música.
Apesar de não terem sido conservadas em todas as festividades, as datas fundamentais dos diversos entroidos, por ordem, são:
Domingo fareleiro
Domingo oleiro
Xoves de compadres
Domingo corredoiro
Xoves de comadres
Domingo de entroido
Luns de entroido
Terça-feira de entroido
Mércores de cinza
Domingo de pinhata
MÚSICAS:
As músicas entoadas nos entroidos são tocadas pelos gaiteiros, pelas charangas[4], e por todos os que estiverem animados à cantar. São também populares os refraneiros tais como o seguinte :
“ O entroido ao tizón, a pascua ao Sol.
Pascua con quen quixeres, entroidos coas túas mulleres.
A pascua onde quixeres, o antroido onde as mulleres.
O entroido coas túas mulleres, a pascua con quen quixeres.
Día de antroido ou de pascua, cada papón na súa casa.
O entroido coas súas artes, botou a san Matías fóra do martes.
Martes de entroido, cando has de vir? Casquiñas de ovos, case habedes de ruxir.
Entroido larafuzán, comíchesme a carne e deixáchesme o pan.
Non todos os martes son días de entroido.
Todos os días non son martes de entroido.
Se podas no martes de carnaval, desátase a viña e non dá uvas.
O día de entroido debes quentar o forno, cocer o pan e botar as cinzas na terra para ter bos nabos.
No día de entroido non comades verzas porque senón non saen os mosquitos enriba de ti.
Antroido árdelle o coiro, árdelle ben ata o ano que vén”
PRATOS TÍPICOS:
O entroido galego é sempre regado à muita comida e bebida. É assim que se repõem as energias durante a festa. Os pratos principais incluem: carne de porco, batatas, greos, garavanzo, chourizos e lacóns. São exemplos disso, a tradicional cachucha (feita com a cabeça do porco) e o cocido. As androllas (especialmente em Viana do Bolo) e o “caldo” também não faltam na maioria dos folgares. Na comarca do Bierzo (provincia de Léon), por exemplo, faz parte da tradição comer nesse período, o último botelo[5] da matanza, um ritual de sacrificio de porcos para a conservação da carne obtida .
Após o “banquete”, são servidas bicas, filloas e orellas: sobremesas especiais que são os pratos mais típicos da festa . E para terminar, os participantes ainda aproveitam o licor café e o xastreu . Comer e beber até fartar-se é , assim um dos “mandamentos” do entroido .
AS MÁSCARAS GALEGAS:
Como dissemos anteriormente, para participar dos festejos, basta estar disfarçado. Os trajes e máscaras são preparados com muita antecedência e zelo. Dependendo das zonas e comarcas, as máscaras galegas apresentam traços diferentes. Podem-se distinguir dois grandes grupos:
As máscaras de Ourense[6] são habitualmente coloridas e feitas de madeira. Elas cobrem o rosto, e tem como missão assustar aos participantes da festa e/ou fazê-los correr. Ainda que às vezes ajam em grupo, em geral esses mascarados agem individualmente. São exemplos : os cigarróns de Verín, os peliqueiros de Laza, piliqueiros de Castro de Laza; os felos de Maceda, os boteiros de Vilariño de Conso, de O Bolo, de Manzaneda e de Viana do Bolo, os irrios de Castro Caldelas, as charrúas de Allariz, as pantallas de Xinzo, os vergalleiros de Sarreaus, os murrieiros de Teixeira, os troteiros de Bande, os vellarróns de Riós, os zarramanculleiros de Cualedro e os chocallóns de Vilardevós.
As máscaras da zona atlântica[7], são também trajes coloridos, mas que frequentemente deixam o rosto descoberto. Os mascarados agem coletivamente, embora o trabalho de elaboração do traje seja individual. É o caso dos xenerais de Deza e de Ulla, as damas e galáns de Cangas e Vilaboa e as madamitas e madamitos do entroido de Cotobade.
Existem ainda outros figurinos, tais como os Mecos bonitos e mecos feos de Froxás das Vinhas; os Volantes da Ribeira do Minho ; o Oso de Salcedo, em Salcedo ; e o merdeiro em Vigo. Se estiverem sem disfarce, os participantes correm o risco de sofrer alguns castigos, tais como ter que pagar uma rodada de vinhos, ser “alvo” de lançamentos de farinha de cascas de cereais (farelo) ou ainda , de terra com formigas vivas.
INTERESSE TURÍSTICO:
Conforme mencionado anteriormente, existem na Galícia sete entroidos que tem reconhecimento de interesse turístico. Dois são reconhecidos como “Festas de Interesse Turístico Nacional”: o entroido de Xinzo de Limia (com as pantallas) e o entroido de Verín (com os cigarróns). Cinco deles tem o reconhecimento de “Festas da Galicia de Interesse Turístico”: o carnaval de Cobres (com as damas e os galáns), o entroido de Laza (com seus peliqueiros), o entroido de Viana do Bolo (com os boteiros ), o folión tradicional do entroido de Manzaneda (com as máscaras) e os xenerais de Ulla.
Xinzo, Verín e Laza, essas três localidades próximas, são muito importantes para o turismo na época do carnaval. Em Xinzo, no domingo fareleiro, há uma batalha de farinha. No domingo corredoiro, as pantallas saem às ruas para perseguir os vizinhos. O domingo de entroido é um dos dias principais da festa, que se acaba com o domingo de pinhata, já em plena Quaresma. É na terça-feira de entroido que Xinzo acolhe a multidão de turistas atraídos por suas carroças. As pantallas, nunca sobem nas carroças; sua principal função é perseguir à todos que não estejam disfarçados. Caso a pessoa sem disfarce seja uma mulher, dançam ao redor dela; caso seja um homem, este é levado até o bar mais próximo para que pague uma rodada de vinho.
Em Verín, são os cigarróns que merecem destaque: debaixo de seus trajes de aproximadamente 25 kilos, eles batem com a fusta (uma espécie de bastão) naqueles que saem da missa, no domingo corredoiro. É uma função que se passa de pai para filho, de geração em geração. Ali ,os principais dias de festa são: o xoves de compadres, o domingo corredoiro, a xoves de comadres, o venres de compadreo, o domingo de entroido , o luns fareleiro e o martes de entroido .
Em Laza, o entroido começa no venres de folión, quando uma comparsa noturna corre nas ruas fazendo muito barulho para afugentar os espíritos malignos. No domingo de entroido entram em cena os peliqueiros. Depois é servida a deliciosa bica. O principal dia de festa em Laza é o luns de entroido : é a segunda-feira quando se celebra a Farrapada, a Xitanada e a Baixada da Morena.
A Farrapada , uma espécie de “batalha” em que se usam trapos manchados de barro, acontece pela manhã e antecede a chegada da Morena , um personagem vestido com uma manta e uma cabeça postiça de vaca, em madeira. Ele simula atacar as mulheres enquanto sua comitiva joga farinha ou terra com formigas no público.
O entroido de Cobres conta com referências escritas desde o século XVIII. As damas e os galáns correm as ruas ao ritmo das charangas. Todos trajam vestimentas especiais e as damas, usam chapéus que chegam a pesar até 7 kg. Ali, o galo é protagonista dos jogos: há a “corrida do galo”, o “galo no rio” e o “galo na vara”. Antigamente galos vivos eram usados nas brincadeiras, mas eles substituídos por sacos de terra , por exemplo. Em cada um desses jogos há muita diversão e prêmios para os vencedores.
Graças à sua localização no alto da montanha, Manzaneda manteve as tradições do entroido quase intocadas. As representações teatrais ali realizadas são dignas de destaque. Os Xenerais da Ulla, por sua vez, ridicularizam as guerras vividas na comarca desde a primeira metade do século XIX. No lombo de seus cavalos, eles galopam por Teo, Boqueixón, Padrón, Vedra, A Estrada, Silleda, Vila de Cruces, Touro e Santiago de Compostela. Ao longo do caminho eles celebram a festa, mas se encontram um “inimigo” uma “batalha” se inicia.
Em Viana do Bolo, um dos entroidos mais antigos, a duração da festa é de três dias, de domingo à terça-feira. Pelas manhãs o desfile de mecos faz o povo sair correndo pelas ruas. À tarde carroças de mecos bonitos e feos, entretém o público. O oso “ataca” a todos a quem encontra, enquanto seu “amo” o domina com uma corda. Outra tradição bastante antiga é a de “parir a pita”. É principalmente no “domingo gordo” que os participantes , com seus tambores e ferramentas, espantam os maus espíritos. Todos os anos , essas celebrações atraem cada vez mais pessoas, interessadas na riqueza cultural e gastronômica da festa.
O ENTERRO DA SARDINHA:
Para despedir-se do carnaval, os galegos realizam o “enterro da sardinha”: mulheres e homens vestidos de mulheres choram a morte da sardinha.
Há duas versões para a origem dessa comemoração :segundo a primeira , o costume de enterrar a sardinha nasceu em Madri, durante as festas que antecediam a Quaresma , há três séculos . Enterrava-se um porco num canal que se costumava chamar cerdin; o nome teria causado uma confusão linguística que foi se espalhando juntamente com a tradição. A segunda versão conta que o rei Carlos III ordenou trazer sardinhas para a celebração do final do entroido. Como os dias estavam muito quentes, as sardinhas estragaram e tiveram que ser enterradas para espantar o mau-cheiro. Atualmente, é com o enterro dessa sardinha simbólica, feita de papelão (e/ou com a queima de grandes sardinhas feitas de papel) que se marca o fim do carnaval e o início da Quaresma.
CONCLUSÃO:
Ao longo deste trabalho pudemos perceber que os entroidos galegos compartilham muitos pontos em comum, mas também muitas diferenças. Percebemos que apesar de sua proibição, o povo galego não deixou essa tradição acabar e com isso contribuiu em muito para a manutenção deste símbolo cultural.
Através dos tempos, essa tradição chegou até outras localidades (principalmente através das grandes massas de galegos imigrantes) , influenciando costumes de outros povos , como é o caso de alguns carnavais tradicionais celebrados nos dias de hoje, no mundo inteiro.
Essa festa, com milhares de anos de tradição, não se resignou à morrer e está ressurgindo com toda a potência e entusiasmo de uma gente jovem ; baseada na profundidade e na beleza de uma tradição que todos os galegos tem como herança de seus antepassados .
BIBLIOGRAFIA:
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BUENO, Eva Paulino. O enterro da Sardinha : O carnaval na Espanha . Revista espaço acadêmico n.70. 2007. Disponível em :http://www.espacoacademico.com.br/070/70bueno.htm acessado em 19 abr 2014 às 10:13
DE CAMARGO, PATRÍCIA. Enterro da Sardinha ?!!!- Carnaval em Las Palmas. Turomaquia. 2009. Disponível em: http://turomaquia.com/enterro-da-sardinha-carnaval-em-las-palmas/ acessado em 24 abr 2014 às 13:21
Orixen do enterro da xardiña . Blog da Biblioteca do CPI Cova Terreña. 2010. Disponível em : http://bibliocontame.blogspot.com.br/2010/02/orixen-do-entero-da-xardina.html acessado em 24 abr 2014 às 13:30
PERUCHELA. El Carnaval em Galicia. Aldeas Galegas. Disponível em : http://aldeasgallegas.com/ocarnaval.html acessado em 19 abr 2014 às 10:40
ROLÁN, NIEVES AMADO. O Entroido Galego Na Idade Media. Referencias documentais . 2013. Disponível em : file:///C:/Users/Administrador/Downloads/youblisher.com-809557-O_Entroido_galego_na_Idade_Media_Referencias_documentais_Nieves_Amado_Rol_n.pdf acessado em 24/04/2014 às 17:20
XIS, XULIO. El carnaval em Galicia – “La magia suprema del carnaval” . Turismo Galicia . Disponível em : http://entroido.galiciadigital.com/es acessado em 19 abr 2014 às 10:29
XUNTA DE GALICIA. Carnaval en Galicia. 2014. Disponível em : http://www.turgalicia.es/docs/mdaw/mtu0/~edisp/turga154816.pdf?langId=es_ES acessado em 24 abr. 2014 às 17:43.
XUNTA DE GALICIA. O Entroido en Galicia . Galicia o bo camiño. 2013 Disponível em : http://www.turgalicia.es/o-entroido-en-galicia acessado em 19 abr 2014 às 10:58.
[1] Dicionario da Real Academia Galega.
[2] Comparsas (espécie de fanfarras) de 30 à 40 pessoas de todas as idades que tocam seus tambores e instrumentos agrícolas nas ruas, com o intuito de afastar os maus espíritos.
[3] Bonecos cheios de palha e fogos de artifício vestidos de homem (compadre) ou mulher (comadre).
[4] Grupo de músicos com instrumentos de sopro e percussão.
[5] Chouriço feito de carne de porco e condimentos. É feito com a tripa ou o estômago do animal.
[6] Essas máscaras pertencem aos entroidos de vilas que vão desde Maceda e Allariz , estendendo-se pelo sul da província e chegando, pelo leste , à Ribeira Sacra.
[7] Essas outras pertencem aos entroidos realizados numa zona não contínua que vai desde Cangas e Vilaboa ao sul até as comarcas do Deza e da Ulla.