2ª Semana Cultural – Convergências Portugal-Galiza

 

Vendo-os assim tão pertinho, / a Galiza mail’ o Minho, / são como dois namorados / que o rio traz separados / quasi desde o nascimento.

Deixal-os, pois, namorar / já que os paes para casar / lhes não dão consentimento.

Estes versos do poeta raiano João Verde refletem muito bem a filosofia da Semana Cultural Convergências Portugal-Galiza, um acontecimento nascido em 2015 e que chega à sua segunda edição entre os dias 20 e 27 de fevereiro de 2016. Uma iniciativa que surgiu para homenagear ao Zeca Afonso, pelo seu passamento, e à Rosalia de Castro, pelo seu nascimento, mas que começa agora a converter-se num evento de maior envergadura. Uma semana que, em 2016, partilha atividades entre Portugal e a Galiza.

Este ano, os atos comemorativos começam na Galiza com uma homenagem ao Zeca Afonso, mais concretamente em Santiago e em Padrón. Ali, no parque que tem o seu nome, no Burgo das Nacións, uma Delegação composta por representantes da Associação José Afonso (AJA), da União de Freguesias de Nogueiró e Tenões de Braga e do Grupo Canto D ´Aqui levarão a cabo um ato de homenagem que inclui a colocação de um ramo de flores precisamente no lugar onde José Afonso, pela primeira vez, em 1972, cantou “Grândola Vila Morena”.

Depois, os “festejos” continuarão na Fundación Rosalía de Castro em Padrón. De início, haverá uma conferência do professor Eduardo Pires de Oliveira “Minho/Galiza – 2000 anos de mãos dadas” seguido de um concerto do Grupo Canto D’Aqui de Braga.

Terminada a parte galega, os atos da Semana Cultural e da homenagem ao Zeca retomam-se na terça-feira, dia 23, já em Braga com a apresentação, a cargo de Paulo Esperança (Vice-presidente da Associação José Afonso), do livro José Afonso Andarilho nas Astúrias com a presença do autor, Mário Correia. Durante o ato, haverá momentos musicais e colaboração do guitarrista e professor Artur Caldeira e a participação do Coletivo Irmãos de Fala.

Já nos dias 24 e 25, a vez será para o concerto-homenagem ao nascimento de Rosalia, o descerramento de uma placa alusiva á convergência Portugal (Minho) Galiza na rua Rosalia de Castro de Braga e o colóquio com convidados e convidadas excecionais na cultura galego-portuguesa. Serão a Uxía e os Galandum Galundaina os encarregados de montar uma festa sem igual no Conservatório de Musica Calouste Gulbenkian.

A pessoas que vão participar no colóquio-tertúlia (que também será amenizado com momentos musicais) serão: Henrique Barreto Nunes, bibliotecário; Rosalía Morlán Vieites, poeta; Eduardo Pires de Oliveira, historiador de arte na Universidade de Lisboa; Anxo Angueira, presidente da Fundação Rosalía de Castro; Valentín García Gómez, secretário geral de Politica Lingüística da Xunta de Galiza; Eunice Maria da Silva Ribeiro, responsável pelo Centro de Estudos Galegos e Presidente do ILCH da Universidade do Minho; e Ricardo Rio, presidente da Câmara Municipal de Braga e Vice-presidente do Eixo Atlântico. Será Aida Alves, diretora da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, quem modere o evento.

Na sexta, a festa luso-galaica continuará com os concertos dos grupos Primo Convexo (Braga) e Pédopôté (Mondariz) no Teatro do Liceu Sá de Miranda de Braga. E já no sábado, uma clausura (encerramento) vertiginoso, com o concerto do grupo Canto D’Aqui (Braga) e da banda de Roi Casal (Catoira) no Theatro Circo.

Nos diferentes dias serão o Fernando Pena, a Marisa Moreda e o Camilo Silva os encarregados de apresentar toda esta gala do património cultural galego-portugués.

Como complemento à Semana Cultural, o Centro de Estudos Galegos da Universidade do Minho levará a cabo um workshop sobre aspetos da cultura galega. Nele participarão o professor Eduardo Pires de Oliveira com a comunicação “Minho/Galiza – 2000 anos de mãos dadas” e a poeta Rosalía Morlán com uma intervenção que leva por título “Qual é o segredo de como nasce e se cria uma poeta”.

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